As verdadeiras questões

O Fórum Económico Mundial (FEM) começou, na quarta-feira, a reunião anual em Davos (Suíça).
Num evento em que estão presentes mais de 2300 líderes das esferas política, económica e mediática, a cobertura mediática tem que estar alerta. Porém, convinha que os meios de comunicação social - e esta crítica vai directamente para a SIC, porque foi onde vi a reportagem de que vou falar e que me leva a manifestar-me - revejam os seus princípios de conduta e profissionalismo.

As grandes questões da edição deste ano do Fórum de Davos estão ligadas com a emergência de potências económicas da China e da Índia. Suponho que o imperativo de noticiarem eventos como este seja mostrarem a importância dos mesmos, relatarem o que vão focar e quem vai estar envolvido em todo o processo.

Por isso, pergunto eu qual é a lógica de, na reportagem do início do FEM, serem colocadas perguntas tão desconexas na altura como Será que Angelina Jolie está grávida de gémeos?. Tenho a dizer que situações destas não deviam acontecer, especialmente em órgãos de comunicação social nos quais confiamos. Em vez de informação clara e correcta - e do dito serviço público - saem-se com peças ao estilo Maria, 24 horas e, no pior dos casos, TVI. Há que corrigir estas falhas.


À falta de informação noutros sítios:

Edição 2005 vs Edição 2006: Em 2005, a agenda foi marcada pelas intervenções de Tony Blair e de Jacques Chirac, que expuseram as suas propostas sobre como o mundo industrializado pode combater a pobreza nos países mais desfavorecidos (Blair: perdão à dívida do Terceiro Mundo; Chirac: imposto sobre o combustível de aviões para um "fundo" de ajuda ao Terceiro Mundo), especialmente em África.
Este ano, o fórum vira-se para a economia. Alguns políticos importantes estarão presentes: Durão Barroso (Comissão Europeia), Kofi Annan (Nações Unidas), Hamid Karzai (Afeganistão), Olusegun Obasanjo (Nigéria), Recep Erdogan (Turquia). O discurso inaugural foi proferido por Angela Merkel.

Porquê China e Índia: Representam mais de um terço da população mundial; estão a crescer a ritmos impressionantes; a "mudança de gravidade" da economia mundial do Eixo Atlântico para a Ásia será inevitável (será discutido como "aproveitar as oportunidades desta mudança").
A Índia tem a maior delegação de sempre no FEM - mais de 100 executivos e políticos indianos, num total de cerca de 2340 participantes de 89 países na reunião de 2006 do FEM (informações em www.weforum.org/annualmeeting).
Segundo o próprio fórum, o número "inclui 15 chefes de Estado, 60 ministros, 23 líderes religiosos, 13 líderes sindicais e mais de 30 líderes de ONG", para além de um "número recorde" de 735 executivos "a nível de CEO [presidente executivo] ou chairman [presidente de conselho de administração]".

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