Praxe

Ora bem... lá vem um assunto que, normalmente, dá muito que falar.
E isto vem a propósito de um post que li no blog do Simão sobre cenas que foram vistas durante o Cortejo - segundo percebi - e que fazem os caloiros parecer dementes (blame me, then).

Assim sendo, fica aqui o meu contributo em relação ao assunto.

Contaram-me que houve caloiros da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) que tiveram que fazer o cortejo da Queima das Fitas do Porto todo de quatro, isto porque faltaram a não sei quantos dias de praxe... Isto não me cabe na cabeça...
No meu ano de caloira, decidiram fazer uma lista que, supostamente, teria o grupo de caloiros que tinha tido uma certa percentagem de presenças. Essa quantidade de presenças estaria - supostamente - bem calculada e corresponderia ao passaporte para a presença no Cortejo e para a passagem na Tribuna. Acontece que essa lista - a célebre G9 - era muito estranha. Eu sei que muita gente do meu curso vem de Humanidades, mas isso não é desculpa para não saberem contar. (Sim, nós tínhamos que assinar uma folha de presenças em cada sessão de praxe a que íamos.)
Havia, então, uma lista de 9 pessoas, entre as quais eu, eu teriam tido uma assiduidade exemplar e que não teriam quaisquer impedimentos quanto à ida no Cortejo e passagem da Tribuna. Depois, havia uma lista de mais nomes (penso que cerca de 20, já não me lembro ao certo) de pessoas que teriam que fazer um exame escrito e um exame oral, sujeitos à aprovação do Dux Facultis para poderem ir no Cortejo e passarem a pastranos. Era coisa fácil, tudo bem, mas completamente ridícula. Tudo, desde a afixação da lista.
Mesmo assim, lá foram os meus colegas fazer os tais testes e passaram - ninguém diria tal coisa - e terça-feira lá estávamos todos. O problema era que havia muitas pessoas que não constavam nas ditas listas que foram bastantes vezes às sessões de praxe ou então que, se não foram, moravam longe ou trabalhavam, o que não lhe possibilitava participarem nessa actividade. Lá está o problema de haver um horário fixo para as sessões de praxe e, também, de não se saber contar.

Terça-feira, dia do Cortejo:
Foram nesse cortejo - ou tentaram ir - algumas das pessoas que, supostamente, não podiam ir por não fazerem parte das listas e, logo, por não terem autorização da Comissão de Praxe e dos respectivos superiores. Essas raparigas não tinham tshirt do curso, porque eram só para o pessoal da lista, o que chamou a atenção de alguns doutores e vets. Um deles, mais recesso e dado à estupidez, decidiu expulsar uma das raparigas do Cortejo. Atrás dela saímos vários e, como não queríamos simplesmente sair do cortejo, fomos uns metros mais para a frente, ter com a FEUP. Lá fomos muito bem recebidas e acolhidas (ou não fôssemos nós raparigas :P) e, desde então, há sempre pessoal de JCC a ir no Cortejo com Engenharia.

Isto já foi há três anos (omg :X). Agora somos mais a fazer parte do grupo que vai fora de Letras no Cortejo. No ano passado fomos mesmo no meio da Faculdade de Engenharia, mas este ano fomos entre as duas faculdades - fizemos questão disso.


No ano passado


Este ano Letras nem sequer teve cartolados de JCC. Porque terá sido?


Adiante...

Uns amigos meus presenciaram também um momento "praxístico" (entre aspas porque para mim aquilo não é praxe) do Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA). Momento esse em que um gajo insultava de tudo e mais alguma coisa os "seus" caloiros e mandava-os rebolarem pelo chão de um lado para o outro... entre outros tipos de actividade física... Parece que o espectáculo se prolongou por, cerca de, meia hora. Depois de ouvir isto acho que se impõe três questões... 1- O gajo será demente?, 2- Será que os caloiros são dementes?, 3- Será que sou eu que sou demente, por não achar isto normal?!



Dizia eu num comentário que fiz que há pessoas que têm a verdadeira necessidade de recorrer a coisas como insultar os outros para se sentirem maiores, melhores, superiores. Acontecia várias vezes em JCC já no meu ano, mas parece que este ano piorou. O mais interessante é que são as pessoas mais desocupadas a fazer estes tipos de comentários e de figuras tristes.
Educação foi-me dada e, dentro ou fora de praxe, faço uso dela. Porém, nem todos somos iguais - senão a quem é que eu ia pôr o rótulo de "mal-educado"?

E depois disto tudo: insultos, cansaço, etc., tenho saudades da praxe, do meu ano de caloira? Tenho, de algumas coisas, mas da maior parte não, porque não me dava gosto. Antes pelo contrário: era ver constantemente uns a passarem por cima dos outros, fazerem-se as coisas pela calada e pelas costas, tentar lixar os outros ao máximo para se ter mais poder e influência, muita hipocrisia e muito cinismo. Daí ser chamada "praxe dos amiguinhos".

Comentários

Anónimo disse…
Por estas e por outras é que me afasto da praxe...
aldasilva disse…
pois ;x
izzie disse…
lol... sei k já v ão anos mas a do doutor recesso e mais dado à estupidez... LOL... you kill me... you DO!

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