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A mostrar mensagens de abril, 2011

As portas que Abril abriu

As Portas que Abril abriu… Era uma vez um país onde entre o mar e a guerra vivia o mais infeliz dos povos à beira-terra. Onde entre vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras um povo se debruçava como um vime de tristeza sobre um rio onde mirava a sua própria pobreza. Era uma vez um país onde o pão era contado onde quem tinha a raiz tinha o fruto arrecadado onde quem tinha o dinheiro tinha o operário algemado onde suava o ceifeiro que dormia com o gado onde tossia o mineiro em Aljustrel ajustado onde morria primeiro quem nascia desgraçado. Era uma vez um país de tal maneira explorado pelos consórcios fabris pelo mando acumulado pelas ideias nazis pelo dinheiro estragado pelo dobrar da cerviz pelo trabalho amarrado que até hoje já se diz que nos tempos do passado se chamava esse país Portugal suicidado. Ali nas vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras vivia um pov

Sobre o estado do Estado da Actualidade

Sobre o estado do Estado da Actualidade, a minha voz. Muito nos queixamos desde cantinho à beira-mar, mas a verdade é que raramente se vê uma união de forças significativa que possa, de facto, melhorá-lo. Criticamos muito; fazemos pouco. Ou nada. Podemos ver que, quando se decide juntar uma massa popular, normalmente não há objectivos concisos, o que, da minha parte, faz com que perca sentido. Manifestemo-nos, sim, mas com lógica.  Revejo o caso recente da Manifestação da "Geração à rasca": sem objectivos concisos, sem uma estratégia, pouco mais foi do que mandar achas para uma fogueira já grande, sem apresentar soluções possíveis para apagar o fogo. Posso até dizer que, para muitos, foi apenas um passeio de sábado à tarde e que depois foram todos, os amigos, para o café - gastar o dinheiro que não ganham, porque não têm emprego. Empregos existem, mas não são de áreas de estudo superiores ou técnicas superiores. Acho bem que nos sintamos revoltados ao trabalhar numa loja d