Calvin and Hobbes

Vi este artigo na revista "Azul", da Caixa Geral de Depósitos e resolvi partilhá-lo convosco. :) Transcrevi-o.

"O mundo de Calvin & Hobbes é cheio de metáforas, de personagens tão fantásticas quanto complexas. Embora gire em torno do universo de uma criança, esta banda desenhada (BD) não se destina só aos mais pequenos". Assim começa o artigo. Mais à frente, há a opinião de Carlos Pessoa (jornalista do Público), com a qual concordo: a grande riqueza de Calvin é ser "uma criança universal e que agrada a públicos muito distintos. É uma série de referência que não envelhece, pois tem muita vivacidade, ritmo e um humor notável".

O Público acolhe esta BD desde Março de 1990. Carlos Pessoa acrescenta que "depois de publicarmos todas as tiras pensámos substituí-lo, mas houve uma resistência saudável dos leitores e uma dificuldade da nossa parte e encontrar um substituto à altura". (Ainda bem que não tiraram ^^).


Das personagens, há duas fundamentais: Calvin e Hobbes (lógico, não é? EnfinS...)

Calvin é um menino rabino que deve o seu nome a João Calvino (teólogo francês do século XVI, acreditava na predestinação).
Bill Watterson, o criador, sobre Calvin: "Uma das razões por que me divirto a criar esta personagem é por ser frequente não estar de acordo com ele. Utilizo-o como um escape para a minha imaturidade, como uma maneira de preservar a minnha curiosidade pela Natureza, como uma forma de ridicularizar as minhas obsessões e de fazer comentários sobre a natureza humana. Não gostaria de ter o Calvin em casa mas, no papel, ajuda-me a pensar a vida e a percebê-la", revela o autor ao site
Ucomics.

Hobbes, o tigre, ganhou o nome de Thomas Hobbes (filósofo inglês do século XVII, de visão muito pessimista da natureza humana). Watterson inspirou-se numa das suas gatas para construir esta figura. Sprite era "simpática, inteligente e adepta de emboscadas aos donos", diz. Embora seja um mero brinquedo, raramente vem à ideia de quem lê que o tigre é um ser sem vida.
Watterson: "Não penso em Hobbes como um boneco de peluche que
miraculosamente
adquire vida quando o Calvin está por perto. E também não considero que o Hobbes seja fruto da imaginação de Calvin. (...) Calvin vê Hobbes de uma maneira, enquanto todas as outras pessoas o vêem de outra. Eu mostro duas versões da realidade. A vida também é assim".

O universo de Calvin & Hobbes não estaria completo sem as personagens secundárias que gravitam em torno da dupla e que, na maioria das vezes, surgem para serem vítimas das tropelias deste par.
Comecemos pelos progenitores. Não têm nome, o que interessa é a sua condição de pais. A mãe é quem mais sofre com as ideias do filho, que está sempre a pôr à prova a sua paciência e equilíbrio emocional.
Watterson: "No início, os pais do Calvin foram alvo de críticas por parte dos leitores, por serem pouco carinhosos e desnecessariamente sarcásticos. Na época, era invulgar uma BD concentrar-se nos aspectos xasperantes das crianças sem que isso fosse acompanhado por uma quantidade de manifestações de ternura e sentimentalismo, para adoçar as coisas".
Na opinião do pediatra Brito Avô, que consta do referido artigo, esta "não é uma família habitual, mas temos de ter em conta que o que nos é mostrado são cenas episódicas e não o quotidiano".

Ora bem, para já é isto :) talvez volte daqui a uns dias... talvez não... nunca se sabe como são as Indústrias Culturais! Só que têm iogurtes e são design-intensivas :P *

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