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E, para abrir os exames deste ano, um exame de Português/Português B com Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa. Desde há anos que Pessoa não era contemplado em provas nacionais de Português sem ser sob a forma da sua obra Mensagem comparada com Os Lusíadas de Luís de Camões.
Também houve uma breve abordagem do, também heterónimo de Pessoa, Alberto Caeiro, numa pergunta de resposta média aberta de carácter semi-pessoal.
Basta referir que foi um exame que, quanto à interpretação, muitos desagradou e poucos agradou, embora os docentes de português tenham referido que era um exame acessível.
Quanto a mim, posso referir que me agradou - e muito, sobretudo por ter saído a fase abúlica deste heterónimo. Melhor, só se fosse com o Ortónimo.
Aqui fica o poema de Alberto Caeiro que saiu no exame:
"
Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.
São- tictac visível - quatro horas de tardar o dia.
Abro a janela directamente, no desespero da insónia.
E, de repente, humano,
O quadrado com cruz de uma janela iluminada!
Fraternidade da noite!
Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!
Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.
Dorme. Nós temos luz.
Quem serás? Doente, moedeiro falso, insone simples como eu?
Não importa. A noite eterna, informe, infinita,
Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas.
O coração latente das nossas duas luzes,
Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.
Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,
Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,
Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.
Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!
Que fazes, camarada, da janela com luz?
Sonho, falta de sono, vida?
Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...
Tem graça: não tens luz eléctrica.
Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!
"
P.s. - Agora só falta Matemática, Fisico-química, e Biologia-geologia.... quinta: Matemática. Que sejam todos como este de Português
Para os que não reparam : Post by darkchiifreya aka as Sara
Também houve uma breve abordagem do, também heterónimo de Pessoa, Alberto Caeiro, numa pergunta de resposta média aberta de carácter semi-pessoal.
Basta referir que foi um exame que, quanto à interpretação, muitos desagradou e poucos agradou, embora os docentes de português tenham referido que era um exame acessível.
Quanto a mim, posso referir que me agradou - e muito, sobretudo por ter saído a fase abúlica deste heterónimo. Melhor, só se fosse com o Ortónimo.
Aqui fica o poema de Alberto Caeiro que saiu no exame:
"
Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.
São- tictac visível - quatro horas de tardar o dia.
Abro a janela directamente, no desespero da insónia.
E, de repente, humano,
O quadrado com cruz de uma janela iluminada!
Fraternidade da noite!
Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!
Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.
Dorme. Nós temos luz.
Quem serás? Doente, moedeiro falso, insone simples como eu?
Não importa. A noite eterna, informe, infinita,
Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas.
O coração latente das nossas duas luzes,
Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.
Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,
Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,
Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.
Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!
Que fazes, camarada, da janela com luz?
Sonho, falta de sono, vida?
Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...
Tem graça: não tens luz eléctrica.
Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!
"
P.s. - Agora só falta Matemática, Fisico-química, e Biologia-geologia.... quinta: Matemática. Que sejam todos como este de Português
Para os que não reparam : Post by darkchiifreya aka as Sara
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