Sócrates...
O primeiro-ministro admitiu hoje pela primeira vez que Portugal poderá entrar em recessão e que quando o Governo apresentou o Orçamento do Estado para 2009, em Setembro, “ninguém tinha consciência da dimensão da crise”. (1)
Ainda assim, José Sócrates prometeu tomar medidas para que nenhum banco ou empresa entre em falência e centrar a sua prioridade no emprego. Sobre as divergências com Cavaco Silva, garantiu que são questões que se devem aprender a gerir. O primeiro-ministro assegurou, também, que a avaliação dos professores é mesmo para continuar. (2)
Em entrevista à SIC, apesar de reconhecer que a situação económica mundial e do país é mais grave do que esperava, o primeiro-ministro voltou a insistir que a consolidação orçamental que tem sido desenvolvida desde 2005 deixou Portugal mais bem preparado e proporcionou um crescimento económico significativo. Sócrates salientou também a criação de 130 mil postos de trabalho e o facto de sermos o único país da Zona Euro que manteve o objectivo orçamental para 2008 (2,2 por cento). (3)
(...)
Para justificar as várias linhas de crédito e as garantias dadas à banca, José Sócrates criticou a visão dos que acham que não se deve fazer nada. “Temos o dever de agir numa situação de emergência e extraordinária”, explicou. E acrescentou: “É uma crise global e gravíssima”, admitindo também que, aquando da apresentação, em Setembro, do Orçamento do Estado para o próximo ano, não havia consciência da dimensão do problema. Perante este cenário, o responsável admite rever as previsões de desemprego para o país – “todos os governos foram surpreendidos pelo impacto e pela dimensão da crise”.
Ainda assim, o Governo considera improvável verificar-se uma baixa de impostos, considerando que ao dar benefícios fiscais às empresas (baixa do IRC, pagamento especial por conta e crédito fiscal ao investimento) está também a ajudar todos os portugueses.
Investimento público em grandes obras
Questionado sobre os avultados e polémicos investimentos públicos numa altura de crise o primeiro-ministro não tem dúvidas: “A nossa economia precisa de investimento público” e em todos os projectos foi feito um estudo de custo-benefício. Segundo o líder do PS “já não é politicamente um erro [não investir], é moralmente errado”, acrescentando que “esses investimentos não vão ter nenhuma expressão em 2009”. Assim, Sócrates considera natural o pagamento posterior das concessões das grandes obras. “Estamos a financiar como sempre financiámos”, disse.
José Sócrates abordou ainda a nacionalização do BPN e as ajudas ao BPP, assegurando que “a alternativa era muito pior”. Para o primeiro-ministro trata-se de uma situação de emergência e de proteger os depositantes. E estabeleceu uma relação: “Foi a partir do momento que demos as garantias aos bancos que as taxas Euribor foram estabilizadas”. Questionado sobre se vai ajudar todos os bancos e empresas, prometeu salvar todos os que puder, pois “não se lidera assistindo a tudo do lado de fora”. A propósito dos fundos europeus para o sector agrícola que ficaram por utilizar, o chefe de Estado garantiu que a resposta será dada em Janeiro, já que a tutela não tinha dinheiro para financiar os seus 25 por cento no último orçamento. (4)
(...)
Relação com Manuel Alegre
Sobre os diferendos internos com Manuel Alegre, o secretário-geral socialista considerou-os normais num partido que não é de “elites e de vanguardas”. “Tenho respeito e consideração pelo Manuel Alegre pelo que representa no PS e na vida intelectual portuguesa”, afirmou, dizendo ainda que a “diversidade enriquece” um partido onde cabem várias “sensibilidades”.
Questionado sobre as eleições de 2009, Sócrates não quis antecipar cenários mas admitiu que “a maioria absoluta é necessária e é o que o país necessita”, considerando a “estabilidade governativa” essencial nas actuais circunstâncias. “A única certeza que tenho é que estou a altura dessa vitória”, sublinhou. Sobre a possibilidade de realizar as legislativas e as autárquicas em simultâneo, Sócrates mostrou-se contra a ideia, por ser "negativo para a democracia local", mas disponível para chegar a uma concertação com Cavaco Silva. (5)
A avaliação dos professores foi outro dos “temas quentes” da entrevista. Apesar de simplificada, considera que o actual modelo responde ao essencial e que promove uma “melhoria do estatuto social do professor”, que durante 30 anos não existiu. Apesar de não querer ser “o mau da fita” Sócrates disse que o Executivo também “não cometeu o erro de desistir o processo”, numa das principais áreas para o sucesso económico do país.
No Público Online de hoje.
(1) Ninguém? E que tal os vários milhões de portugueses que não trabalham na Assembleia da República nem fazem parte do Governo?
(2) Uma nota: a avaliação já existia, Sr. Sócrates.
(3) Serão no governo?
(4) Excepto no caso dos professores...
(5) Permita-me discordar, caso Primeiro-Ministro, mas o país precisa de um Governo estável, de várias partes e não um governo cego e centralizador.
Ainda assim, José Sócrates prometeu tomar medidas para que nenhum banco ou empresa entre em falência e centrar a sua prioridade no emprego. Sobre as divergências com Cavaco Silva, garantiu que são questões que se devem aprender a gerir. O primeiro-ministro assegurou, também, que a avaliação dos professores é mesmo para continuar. (2)
Em entrevista à SIC, apesar de reconhecer que a situação económica mundial e do país é mais grave do que esperava, o primeiro-ministro voltou a insistir que a consolidação orçamental que tem sido desenvolvida desde 2005 deixou Portugal mais bem preparado e proporcionou um crescimento económico significativo. Sócrates salientou também a criação de 130 mil postos de trabalho e o facto de sermos o único país da Zona Euro que manteve o objectivo orçamental para 2008 (2,2 por cento). (3)
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Para justificar as várias linhas de crédito e as garantias dadas à banca, José Sócrates criticou a visão dos que acham que não se deve fazer nada. “Temos o dever de agir numa situação de emergência e extraordinária”, explicou. E acrescentou: “É uma crise global e gravíssima”, admitindo também que, aquando da apresentação, em Setembro, do Orçamento do Estado para o próximo ano, não havia consciência da dimensão do problema. Perante este cenário, o responsável admite rever as previsões de desemprego para o país – “todos os governos foram surpreendidos pelo impacto e pela dimensão da crise”.
Ainda assim, o Governo considera improvável verificar-se uma baixa de impostos, considerando que ao dar benefícios fiscais às empresas (baixa do IRC, pagamento especial por conta e crédito fiscal ao investimento) está também a ajudar todos os portugueses.
Investimento público em grandes obras
Questionado sobre os avultados e polémicos investimentos públicos numa altura de crise o primeiro-ministro não tem dúvidas: “A nossa economia precisa de investimento público” e em todos os projectos foi feito um estudo de custo-benefício. Segundo o líder do PS “já não é politicamente um erro [não investir], é moralmente errado”, acrescentando que “esses investimentos não vão ter nenhuma expressão em 2009”. Assim, Sócrates considera natural o pagamento posterior das concessões das grandes obras. “Estamos a financiar como sempre financiámos”, disse.
José Sócrates abordou ainda a nacionalização do BPN e as ajudas ao BPP, assegurando que “a alternativa era muito pior”. Para o primeiro-ministro trata-se de uma situação de emergência e de proteger os depositantes. E estabeleceu uma relação: “Foi a partir do momento que demos as garantias aos bancos que as taxas Euribor foram estabilizadas”. Questionado sobre se vai ajudar todos os bancos e empresas, prometeu salvar todos os que puder, pois “não se lidera assistindo a tudo do lado de fora”. A propósito dos fundos europeus para o sector agrícola que ficaram por utilizar, o chefe de Estado garantiu que a resposta será dada em Janeiro, já que a tutela não tinha dinheiro para financiar os seus 25 por cento no último orçamento. (4)
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Relação com Manuel Alegre
Sobre os diferendos internos com Manuel Alegre, o secretário-geral socialista considerou-os normais num partido que não é de “elites e de vanguardas”. “Tenho respeito e consideração pelo Manuel Alegre pelo que representa no PS e na vida intelectual portuguesa”, afirmou, dizendo ainda que a “diversidade enriquece” um partido onde cabem várias “sensibilidades”.
Questionado sobre as eleições de 2009, Sócrates não quis antecipar cenários mas admitiu que “a maioria absoluta é necessária e é o que o país necessita”, considerando a “estabilidade governativa” essencial nas actuais circunstâncias. “A única certeza que tenho é que estou a altura dessa vitória”, sublinhou. Sobre a possibilidade de realizar as legislativas e as autárquicas em simultâneo, Sócrates mostrou-se contra a ideia, por ser "negativo para a democracia local", mas disponível para chegar a uma concertação com Cavaco Silva. (5)
A avaliação dos professores foi outro dos “temas quentes” da entrevista. Apesar de simplificada, considera que o actual modelo responde ao essencial e que promove uma “melhoria do estatuto social do professor”, que durante 30 anos não existiu. Apesar de não querer ser “o mau da fita” Sócrates disse que o Executivo também “não cometeu o erro de desistir o processo”, numa das principais áreas para o sucesso económico do país.
No Público Online de hoje.
(1) Ninguém? E que tal os vários milhões de portugueses que não trabalham na Assembleia da República nem fazem parte do Governo?
(2) Uma nota: a avaliação já existia, Sr. Sócrates.
(3) Serão no governo?
(4) Excepto no caso dos professores...
(5) Permita-me discordar, caso Primeiro-Ministro, mas o país precisa de um Governo estável, de várias partes e não um governo cego e centralizador.
Comentários
Ficam as minhas notas no final.
Quando for grande também quero fazer post com notas de referência no final...*me cries*
A crise: culpa do Sócrates;
O frio: culpa do Sócrates;
O sono: culpa do Sócrates;
Os botões: culpa do Sócrates
Aliás, todos nós gostávamos de ser licenciados nisso... It's fun!! :D
Valha-nos Nessie (inserir aqui símbolo giro do copyright).
Só pa não ser do contra vou concordar em concordar que a culpa de tudo é do Sócrates e é divertido... mas algo me diz que se vai tornar uma tarefa demasiado rotineira, therefor loosing all the fun factor... :|
Um governo equilibrado precisa de múltiplos pontos de vista e de várias opiniões e ambientes. Até mesmo divergentes, porque um país é feito de diversidade.